Jogar é uma paixão. Seja passar um tempo no PC atirando em Delta Force, farmando equipamentos em Diablo IV ou explorando títulos como Palworld e New World: Aeternum, a diversão sempre está presente. O problema é que o tempo não perdoa e a vida adulta ainda menos. Fica cada vez mais difícil encontrar espaço para jogar, por diferentes motivos. A solução tem aparecido na forma de consoles portáteis.
Era um tipo de dispositivo que parecia não ter nada a ver. Mas, olhando agora, fica a dúvida de por que demorou tanto para entrar na jogada.
Para entender melhor a situação, vale o contexto
O trabalho é feito de forma remota, usando um PC montado especialmente para rodar jogos com qualidade, instalado em um escritório. Além disso, há um pequeno negócio que ocupa boa parte do tempo livre à tarde, somado às demandas do dia a dia: compras, médicos, veterinário, compromissos, imprevistos e por aí vai. Nada muito diferente do que muitos já conhecem.
No fim do dia, são horas seguidas nesse escritório olhando para o mesmo monitor. Por isso, quando sobra um tempo para jogar, é natural não querer ficar ali de novo.
Mas quais são as opções?
O console de mesa é uma, mas ocupar a televisão nem sempre é possível e nem todos os jogos de PC estão disponíveis nele (e não faria sentido comprar tudo outra vez). A nuvem é outra alternativa, mas também não dá para depender sempre de uma conexão estável e sem falhas.

A terceira opção era um console portátil, mas havia um obstáculo: a qualidade gráfica e os FPS. A referência era jogar em um PC equipado com uma RTX 4070, onde o padrão é rodar, no mínimo, a 60 FPS com tudo no máximo (graças ao DLSS). Diablo IV, ao mesmo tempo paixão e desafio, alcança 120 FPS estáveis na melhor qualidade gráfica, e depois de experimentar esse nível fica difícil aceitar menos.
Naquele momento, o peso recaía mais para os gráficos do que para a comodidade e a versatilidade. Mas só havia uma maneira de tirar a dúvida e descobrir se uma console portátil poderia realmente ser a solução para esse dilema: testar na prática.

O processo
Ficou claro desde o início que a Steam Deck não era uma opção. Muitos defendem que o SteamOS funciona bem e que sempre é possível instalar o Windows depois, mas a tela de 1.280 x 800 pixels com 60 ou 90 Hz parecia limitada demais. A ideia era buscar versatilidade e comodidade, mas sem abrir mão de tanto. O mínimo aceitável tinha que ser Full HD e 120 Hz, até para aproveitar o plano Ultimate do GeForce Now em alguns casos.
Também não dava para exagerar no preço
A Steam Deck, na prática, é uma pechincha, já que a Valve garante o lucro de outras formas (basicamente pelo Steam). Mas as outras alternativas custam bem mais: cerca de R$ 4.900 a Lenovo Legion Go, R$ 4.000 a MSI Claw. Até que apareceu a ASUS ROG Ally Z1 Extreme por aproximadamente R$ 2.850, e aí a história mudou.
Esse era um preço aceitável para um dispositivo que, mesmo com uma autonomia bem limitada (cerca de uma hora e meia a duas horas no modo 25W, com sorte), atendia a todos os pontos desejados. Existe também a ROG Ally X, que traz uma bateria melhor, mas a ideia é usar o aparelho principalmente em casa, então deixá-lo conectado na tomada não faz diferença.
Decisão tomada: a escolhida foi a ASUS ROG Ally.

Bendito o momento
Não é uma análise do dispositivo, já que isso já foi feito antes, mas dá para afirmar que foi a melhor compra em muito tempo. Tanto que agora não só dá para jogar, como jogar mais e melhor. Melhor não no sentido de qualidade gráfica, que obviamente não é a mesma, mas sim no de aproveitar o jogo de verdade.
É tão prático ligar o console, abrir um jogo de PC e começar a jogar sem ter que se preocupar em voltar para o escritório de trabalho ou torcer para que a nuvem funcione bem, que a qualidade gráfica e os FPS acabam ficando em segundo plano. Claro, Diablo IV no máximo é um espetáculo, mas poder jogar a qualquer hora, relaxado no sofá, mesmo a 50 FPS em qualidade média ou média/baixa, compensa tudo.
Poder jogar games de PC sem estar na frente do computador é, simplesmente, maravilhoso. Não é só este modelo, mas o formato em si que parece ideal para quem gosta de jogar, aproveita cada partida, mas só consegue fazer isso de vez em quando. O preço é alto (quase o de um console de mesa ou de um notebook intermediário), mas o que se ganha em comodidade e versatilidade compensa.
E quando a ideia é jogar com tudo no máximo, basta colocar o console no modo silencioso, abrir o GeForce Now e deixar que a nuvem faça o trabalho pesado.

Outra forma de ver as coisas
Depois de duas semanas usando o console, já ficou claro que a forma de entender o “sentar para jogar” mudou completamente. E isso depois de ter testado a RTX 5090 em Las Vegas e rodado Cyberpunk 2077 no máximo a 300 FPS. Mas chega um ponto da vida em que o tempo é o que mais pesa.
É verdade que às vezes dá vontade de ir para o escritório e jogar no setup completo, com monitor, teclado, mouse e toda a experiência de alto nível. Se há duas ou três horas livres para isso, não há dúvida. Mas poder jogar na sala ao lado da parceira, deitado no sofá ou encarar a última dungeon da noite já da cama também é uma experiência excelente.
Agora a jogatina acontece mais e melhor
É curioso como um dispositivo que parecia não ter nada a ver acabou salvando a relação com os videogames. Hoje o tempo de jogo é maior justamente por não estar preso ao local de trabalho para aproveitar os títulos favoritos. E se em algum momento bater a vontade de tela grande e Diablo IV a 120 FPS, sempre há a opção de continuar a partida no PC de mesa. Mas, enquanto isso, quem procurar vai me encontrar aproveitando cada segundo na ROG Ally.
Ver 0 Comentários