OpenAI transformou ChatGPT em IA de massa; no mundo dos negócios, o jogo está sendo vencido por seu grande rival

A Anthropic não é nem de longe tão conhecida quanto a OpenAI, mas seu modelo de IA, Claude, está ganhando força quase sem ser notado. Talvez porque isso ocorre num setor um pouco menos aberto, como setores internos de grandes empresas. Pelo menos foi isso que um estudo da Menlo Ventures apontou recentemente, o que certamente pinta um quadro interessante para essa guerra de IAs corporativas.

Dados da empresa de capital de risco revelam que, no início de 2023, a OpenAI dominava o segmento de negócios com seus modelos de IA: detinha 50% de participação, enquanto a Anthropic mal tinha 12%. Em julho, a situação mudou drasticamente, e enquanto a OpenAI reduziu sua participação para 25%, a Anthropic conseguiu aumentá-la para 32%.

Imagem | Menlo Ventures

Empresas estão apostando no Claude

De acordo com dados da própria OpenAI, a empresa já conta com 800 milhões de usuários. Uma pequena parte deles já utiliza uma assinatura paga, o que permitiu que a receita anual subisse para US$ 13 bilhões em 2025 (cerca de R$ 70 bi). Do total, 30% vêm de empresas. A própria Anthropic aponta que as receitas em 2025 serão em torno de US$ 5 bilhões de dólares (cerca de R$ 26,7 bi) – embora possam terminar o ano com US$ 9 – mas 80% delas vêm de clientes empresariais, cujo número agora é de 300 mil. A diferença é notável.

O relatório da Menlo Ventures ainda argumenta que há um tipo de usuário profissional especialmente importante nesses números: programadores. Na verdade, a participação de mercado da Anthropic entre os desenvolvedores é de 42%, enquanto a da OpenAI é de 21%. A priori, e de acordo com esses dados, a preferência dos desenvolvedores é clara: eles preferem o Claude do que o ChatGPT – e produtos específicos, Claude Code e OpenAI Codex – quando se trata de programação.

Imagem | Menlo Ventures

Empresas pagam mais facilmente

Essa realidade parece deixar claro que, para os usuários empresariais, os benefícios parecem ser mais evidentes e é por isso que as empresas não parecem ter problemas em pagar assinaturas desses modelos de IA. Não só na programação, mas, por exemplo, em departamentos jurídicos ou administrativos, onde ChatGPT ou Claude podem melhorar a produtividade e economizar trabalho para profissionais, que pagam para poder usar essas opções sem as limitações dos planos gratuitos.

A reputação da Anthropic está fazendo com que empresas tradicionalmente ligadas à OpenAI também queiram começar a apostar em seus modelos. Foi isso que aconteceu com a Microsoft, que em setembro anunciou que Claude estaria disponível na suíte Copilot além do ChatGPT.

Enquanto isso, a OpenAI conquista o usuário comum. Embora obviamente parte de seu negócio seja focada em empresas, seus movimentos mais recentes são muito voltados para atrair o maior número possível de usuários. O lançamento do Sora 2 e de sua rede social Sora, e a recente apresentação do navegador ChatGPT Atlas – que certamente também pode ser usado por profissionais – indicam isso.

Os dados que colocam a Anthropic nessa excelente posição entre as empresas vêm do estudo da Menlo Ventures, mas essa empresa é diretamente interessada na questão, por ser uma das startups que investiu na Anthropic. Além disso, vale lembrar que é uma crítica comum entre usuários da Anthropic que seus modelos são comparativamente mais caros do que os de concorrentes como a OpenAI.

Imagem | Fortune Brainstorm Tech 2023