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O espetáculo de drones no Vaticano foi encomendado a um empresário inesperado: o irmão de Elon Musk

Kimbal Musk comprou a Intel Drone Light Shows em 2022, depois de ter a ideia em um festival no deserto

Drones no Vaticano / Imagem: Elisabetta Piqué, X
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Victor Bianchin

Redator
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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Um milagre da tecnologia. Na noite de sábado (13/9), mais de 3.000 drones iluminaram o céu do Vaticano para recriar as obras mais conhecidas de Michelangelo e o rosto afável do papa Francisco. Mas a verdadeira surpresa estava por trás do enxame de drones. O responsável pelo espetáculo foi Kimbal Musk, irmão de Elon, que teve a ideia durante um festival no deserto de Nevada.

Um pouco de contexto: como ponto alto do Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana, o Vaticano organizou o evento Grace for the World, que contou com um elenco de estrelas como Pharrell Williams, John Legend e Andrea Bocelli, que cantou em dueto com Karol G.

O mais comentado da noite, além desse dueto inesperado, foi o voo sincronizado dos 3.000 drones sobre a Basílica de São Pedro diante de 80.000 espectadores. Enquanto a música tocava, os drones recriaram com pontos de luz “A Criação de Adão”, que Michelangelo pintou na Capela Sistina, e a “Piedade do Vaticano”, que Michelangelo Buonarroti esculpiu em mármore há 500 anos.

A empresa responsável pelo espetáculo tem como CEO e fundador um homem de sobrenome inconfundível: Kimbal Musk. Mas como o irmão do magnata, que diz ter sentido a voz de Deus após experimentar ayahuasca, acabou organizando um espetáculo de luzes para a Santa Sé? Essa é a melhor parte da história.

Kimbal Musk com um drone da Nova Sky Stories Kimbal Musk com um drone da Nova Sky Stories

Kimbal fundou a Nova Sky Stories em 2022 ao comprar a Intel Drone Light Shows, a divisão da Intel para esse tipo de espetáculo. Mas teve a ideia um ano antes, durante o festival "Free Burn", que substituiu o Burning Man durante a pandemia. Foi lá que um artista chamado Ralph Nauta usou drones para recriar no céu a efígie do homem que tradicionalmente é queimado no Burning Man. O que Kimbal presenciou, segundo suas próprias palavras, “mudou sua vida”.

Um ano e meio de negociações

Convencido do potencial dos drones não como mero substituto de fogos de artifício, mas como um novo meio de criar arte em grande escala, Kimbal Musk se aproximou do Vaticano no início de 2024, quando o papa Francisco ainda vivia. Após seu falecimento, o novo papa, Leão XIV, deu sua bênção para que o evento seguisse adiante.

Assim como as empresas de Elon Musk, a Nova Sky Stories se orgulha de um ecossistema completamente vertical: projetam e fabricam seus próprios drones e desenvolvem todo o software e firmware internamente. Isso lhes proporciona uma agilidade e capacidade de resolução de problemas que, segundo eles, é única no setor.

Embora no Vaticano tenham voado apenas 3.000 drones simultaneamente, a empresa possui um arsenal de mais de 9.000. Cada um pesa 340 gramas e pode ser iluminado com uma profundidade de cor de 24 bits. Para se orientar, os drones utilizam tecnologia de posicionamento por satélite “Real-Time Kinematics”, que corrige os dados do GPS em tempo real com precisão de centímetros.

Em um show de longa duração como o do Vaticano, os drones são programados para retornar às suas bases de carga, recarregar e ser substituídos por outros no ar, tudo sem que o público perceba. Se um drone se desvia de sua rota, ele primeiro tenta retornar à posição, depois voltar à base e, como último recurso, desligar o motor para cair no chão.

Substitutos dos fogos de artifício?

O evento do Vaticano confirma uma tendência em crescimento: os drones estão substituindo ou complementando os fogos de artifício em eventos de grande escala ao redor do mundo. São seguros, silenciosos e reutilizáveis.

Mas, para Kimbal Musk, o objetivo vai além da simples substituição: “Não idolatro a tecnologia. Idolatro o resultado”. Sua missão é consolidar os drones como um meio artístico legítimo, capaz de contar histórias e, acima de tudo, gerar uma resposta emocional.

Imagens | Elisabetta Piqué, X

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


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