Com o HarmonyOS 5 ou HarmonyOS Next, a Huawei descartou os laços que ainda a prendiam ao Android: é um sistema operacional sem componentes do Google, o que já está revitalizando o portfólio mobile da empresa chinesa. Para compor o novo ecossistema chinês, a Huawei teve que cativar desenvolvedores, com um começo mais do que bom.
A renomada empresa terá um aplicativo para celulares Huawei, que simplifica o uso de seus produtos de automação residencial, entre outros. Com o surgimento do HarmonyOS, a Xiaomi possibilita que seus usuários continuem usando dispositivos domésticos como faziam até agora. É um primeiro passo para uma aliança que pode render muito no futuro.
Xiaomi se junta ao ecossistema HarmonyOS
Formar um ecossistema do zero, sem nenhum suporte para aplicativos e desenvolvimento, não é uma tarefa fácil. No entanto, se você é a Huawei e tem o apoio de uma nação inteira, pode ser algo mais plausível. Nesses casos, o HarmonyOS 5 inicia sua jornada com os aplicativos mais básicos para o usuário chinês e, entre eles, em breve terá um da Xiaomi.
Como mostrou o Huawei Central, a Xiaomi lançará uma versão nativa do Xiaomi Home, o aplicativo para dispositivos domésticos conectados. Ele suporta mais de 6 mil modelos e possui mais de 512 milhões de dispositivos ativos: a maioria deles da China.
É natural, então, que a Xiaomi opte por oferecer suporte aos celulares da Huawei, com um sistema operacional que continua a ganhar participação de mercado em seu país natal. Isso era esperado para as primeiras versões do HarmonyOS, mas a Xiaomi se mostrou relutante, pelo menos publicamente e até o momento.
Um representante do atendimento ao cliente da Xiaomi revelou que os celulares da Huawei não podem usar o aplicativo, mas que ambas as empresas estão trabalhando para adaptá-lo. Ele chegará no mínimo em junho, um movimento tímido que pressagia um relacionamento ainda mais próximo.
Xiaomi pode optar pelo HarmonyOS?
Por enquanto, e considerando um cenário hipotético na China, seria possível. Os esforços dos EUA envolvem pressionar toda a indústria de tecnologia chinesa, e basta um gesto no ar para que as medidas restritivas gerem uma escalada.
Considerando que a Xiaomi também possui seu próprio firmware Android sem o Google, não seria de todo irracional vê-la apostar no HarmonyOS da Huawei. Dadas as semelhanças na arquitetura do sistema operacional, não deve haver muitas mudanças, especialmente considerando que os "Google Apps" não entram na equação.
Fora da China, é quase impossível.
Os celulares da Xiaomi não podem ser compreendidos sem os serviços do Google, como acontece com outras marcas globais. Mas, como mencionamos, dentro de suas fronteiras nacionais não é loucura pensar assim. Há alguns anos, encontramos evidências de uma Xiaomi executando o HarmonyOS: naquela época, a camada MIUI (agora HyperOS) sobre o sistema da Huawei.
Também sabemos que existe uma certa relação entre as duas empresas devido ao acordo de patentes cruzadas firmado em 2023. E algo não menos importante, a pouca importância que a Xiaomi deu ao Android na última atualização de seu "sistema operacional" (como definido pela empresa). A Huawei tem uma importante mina de ouro com seu HarmonyOS para cativar os fabricantes chineses que querem escapar do sistema operacional do Google: sendo o primeiro ecossistema do país asiático, não está descartada.
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