Tendências do dia

Google Maps decidiu pegar atalho e caminhoneiros o seguiram sem pensar: resultado é uma vila galega com rachaduras nas casas

  • Confiança cega no Google Maps às vezes nos leva a um erro, literalmente

  • Caso dos moradores de Culleredo é o exemplo perfeito: aplicativo vem colocando caminhões em estrada não autorizada há meses

Imagem | Projeto dHABITAT no Flickr
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
pedro-mota

PH Mota

Redator
pedro-mota

PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

910 publicaciones de PH Mota

Confiamos no Google Maps quase sem hesitar. Se ele nos diz para virar à direita, nós o fazemos, e se ele recomenda um atalho, nós o pegamos. No entanto, o banco de dados de seus mapas pode cometer erros e dar indicações que, involuntariamente, podem criar problemas para os moradores de um local. Foi o que aconteceu no município de Cervo (La Coruña), onde o serviço do Google está fazendo com que o trânsito passe por uma estrada secundária.

Segundo o jornal La Voz de Galicia, o Google Maps está indicando aos motoristas um suposto "atalho" para chegar a um parque empresarial em Cuíña. O inconveniente é que essa estrada é expressamente proibida para veículos com mais de 5,5 toneladas: ela foi construída pelos proprietários das propriedades adjacentes para ter acesso a partir de uma estrada nacional. No entanto, os caminhoneiros, seguindo as indicações do GPS, a utilizam "com total impunidade".

A consequência

A situação chegou a um ponto crítico. Os moradores denunciam a passagem constante de "caminhões com mais de doze metros" que transportam mercadorias perigosas, madeira ou máquinas pesadas em uma pista estreita sem calçadas, comprometendo a segurança de pedestres, ciclistas e dos próprios moradores.

O impacto, aliás, vai além: reclamam de danos acústicos, já que o tráfego passa a menos de 1,5 metro das casas, e que alguns prédios próximos "já começam a apresentar rachaduras em sua estrutura".

A origem do problema é dupla. Por um lado, há o erro do Google Maps ao ignorar a sinalização e recomendar uma rota proibida. Por outro, a Prefeitura argumenta que o problema subjacente é a falta de uma via de acesso adequada ao polígono, projeto anunciado em 2003 e que, mais de vinte anos depois, ainda está paralisado por disputas entre a prefeitura e a Câmara Municipal.

Este caso é um exemplo extremo de como um erro digital pode agravar um problema real de infraestrutura, com consequências negativas para a comunidade. Demonstra o poder dos serviços de localização e mapeamento para influenciar nosso comportamento, a ponto de se sobrepor à sinalização física.

Imagem da capa | Projeto dHABITAT no Flickr


Inicio