Confiamos no Google Maps quase sem hesitar. Se ele nos diz para virar à direita, nós o fazemos, e se ele recomenda um atalho, nós o pegamos. No entanto, o banco de dados de seus mapas pode cometer erros e dar indicações que, involuntariamente, podem criar problemas para os moradores de um local. Foi o que aconteceu no município de Cervo (La Coruña), onde o serviço do Google está fazendo com que o trânsito passe por uma estrada secundária.
Segundo o jornal La Voz de Galicia, o Google Maps está indicando aos motoristas um suposto "atalho" para chegar a um parque empresarial em Cuíña. O inconveniente é que essa estrada é expressamente proibida para veículos com mais de 5,5 toneladas: ela foi construída pelos proprietários das propriedades adjacentes para ter acesso a partir de uma estrada nacional. No entanto, os caminhoneiros, seguindo as indicações do GPS, a utilizam "com total impunidade".
A consequência
A situação chegou a um ponto crítico. Os moradores denunciam a passagem constante de "caminhões com mais de doze metros" que transportam mercadorias perigosas, madeira ou máquinas pesadas em uma pista estreita sem calçadas, comprometendo a segurança de pedestres, ciclistas e dos próprios moradores.
O impacto, aliás, vai além: reclamam de danos acústicos, já que o tráfego passa a menos de 1,5 metro das casas, e que alguns prédios próximos "já começam a apresentar rachaduras em sua estrutura".
A origem do problema é dupla. Por um lado, há o erro do Google Maps ao ignorar a sinalização e recomendar uma rota proibida. Por outro, a Prefeitura argumenta que o problema subjacente é a falta de uma via de acesso adequada ao polígono, projeto anunciado em 2003 e que, mais de vinte anos depois, ainda está paralisado por disputas entre a prefeitura e a Câmara Municipal.
Este caso é um exemplo extremo de como um erro digital pode agravar um problema real de infraestrutura, com consequências negativas para a comunidade. Demonstra o poder dos serviços de localização e mapeamento para influenciar nosso comportamento, a ponto de se sobrepor à sinalização física.
Imagem da capa | Projeto dHABITAT no Flickr
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