Existe uma linha invisível no meio do oceano onde NADA atravessa - nem mesmo peixes: saiba onde fica

Ela é praticamente invisível

Oceano | Fonte: Getty Images
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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O planeta Terra guarda uma das fronteiras invisíveis mais notáveis da biologia: a Linha de Wallace. Essa demarcação biogeográfica, que se estende pelo Arquipélago Malaio, no Sudeste Asiático, separa a fauna da Ásia da fauna da Australásia de forma tão brusca que espécies de ilhas vizinhas são drasticamente diferentes.

A linha é a responsável por explicar por que macacos e tigres dominam um lado, enquanto cangurus e cacatuas reinam do outro, em uma região onde a distância entre as ilhas é mínima.

Onde a Ásia encontra a Austrália (mas não se mistura)

A Linha de Wallace passa, de forma simplificada, entre as ilhas de Bali e Lombok e entre Borneo e Sulawesi.

O cientista que nomeou e identificou essa fronteira em 1859 foi Alfred Russel Wallace, naturalista e co-descobridor da teoria da seleção natural, junto a Charles Darwin. Wallace notou que:

  • Fauna asiática (oeste): predominam mamíferos placentários, como tigres, macacos e rinocerontes. As aves são tipicamente asiáticas, como os pica-paus.
  • Fauna australasiática (leste): o ecossistema é dominado por marsupiais (como o cuscuz e cangurus) e aves coloridas como as cacatuas e aves-do-paraíso, típicas da Oceania.

A diferença é tão marcante que, ao atravessar a linha, a fauna muda drasticamente em apenas dezenas de quilômetros.

O segredo da barreira invisível

O que impede que esses animais atravessem uma distância relativamente curta de oceano? A resposta está na geologia e na profundidade do mar, que atuaram como uma barreira evolutiva por milhões de anos.

O traçado da Linha de Wallace coincide com uma profunda trincheira oceânica entre duas placas tectônicas. Durante as Eras Glaciais, quando o nível global do mar caía drasticamente, vastas pontes de terra surgiam, permitindo que os animais asiáticos migrassem facilmente para ilhas como Bali e Borneo, formando uma massa de terra chamada Sundalândia.

No entanto, o nível do mar nunca baixou o suficiente para expor a Trincheira de Wallace, mantendo uma profunda faixa de água salgada sempre inundada entre as duas placas. Essa trincheira evitou o contato e a mistura das faunas, permitindo que as espécies de cada lado evoluíssem em isolamento.

O resultado é essa fronteira biológica onde a vida animal da Indonésia se comporta como se estivesse separada por um vasto oceano, e não por um trecho relativamente curto de mar.

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