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NASA confirmou hipótese de 60 anos: a Terra tem um terceiro campo de energia oculto que afeta nossa atmosfera

Nasa descobriu terceiro campo agindo sobre o planeta Terra
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Há mais de 50 anos, um grupo de cientistas propôs uma hipótese sobre a existência de um campo de energia tênue ao redor do planeta. Essa abordagem prometia revolucionar a compreensão das dinâmicas que afetam as camadas superiores da atmosfera.

Recentemente, uma equipe de pesquisadores confirmou a existência desse campo de energia, chamado de "campo ambipolar". Esse campo elétrico gera um vento intenso de partículas nos polos, direcionando-as da atmosfera para o espaço sideral.

O campo ambipolar se soma aos outros dois já conhecidos: o gravitacional e o magnético. Esse novo campo foi descrito como o "terceiro campo" da Terra, e é considerado fundamental para a vida por interagir com os dois primeiros, a ponto de ser descrito como "um agente do caos".

Glyn Collinson, membro da equipe responsável pela descoberta, disse que "qualquer planeta com atmosfera deve ter um campo ambipolar". Além disso, ele ressaltou que, agora que ele finalmente foi medido, é possível começar a entender como ele influenciou a evolução do nosso planeta e de outros corpos celestes ao longo do tempo.

Conceito e origem

A origem dessa história remonta a 1968, durante os primeiros anos da exploração espacial. Naquela época, as equipes observaram um vento supersônico de partículas escapando para o espaço. Especialistas teorizaram que um campo oculto estava impulsionando essas partículas, levando à existência do campo ambipolar.

O campo seria responsável pela expansão da atmosfera nos polos. Embora seja fraco, ele tem a capacidade de "superar" a força gravitacional, que acelerava os íons de hidrogênio a velocidades supersônicas e depois os expulsava para o espaço sideral.

Além disso, o campo ambipolar pode levantar íons mais pesados, como oxigênio, o que intensifica a expansão da atmosfera nos polos além do que a gravidade poderia permitir.

Para estudar esse campo, foi usada a missão Endurance, lançada em maio de 2022 do arquipélago norueguês de Svalbard. A missão incluiu um pequeno foguete suborbital que atingiu uma altitude de 768 quilômetros em uma viagem de 19 minutos, antes de impactar o Mar da Groenlândia.

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A uma altitude de cerca de 518 quilômetros, os instrumentos da missão detectaram um pequeno diferencial elétrico de cerca de 0,55 volts. Embora esse número seja comparável à voltagem de uma bateria de relógio, foi o suficiente para confirmar a existência do vento solar. Os resultados do experimento foram publicados na revista Nature.

Promessa da pesquisa

Apesar do progresso feito, os pesquisadores admitem que ainda há muito a descobrir sobre esse campo. No momento, os cientistas só podem especular sobre como essa força foi capaz de moldar a atmosfera, os oceanos e até mesmo a vida na Terra.

No futuro, mais análises estão planejadas para aprofundar a compreensão desse terceiro campo e sua relevância para o planeta. Entre suas particularidades está sua capacidade de neutralizar a gravidade e permanecer despercebido por espaçonaves em órbita.

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