O Ministério da Defesa russo afirmou ter destruído um obus autopropulsado RCH 155 de 155 mm, modelo de fabricação alemã, na Ucrânia. No entanto, há um detalhe que chama a atenção: os primeiros embarques desta peça de artilharia avançada estão previstos somente para o final deste ano. Em outras palavras, Moscou afirma ter eliminado um veículo que, em teoria, ainda não faz parte do arsenal ucraniano.
Um RCH 155 destruído na Ucrânia?
O órgão compartilhou um de seus relatórios habituais por meio de seu canal oficial do Telegram. Na mensagem coletada pela TASS, a entidade detalha uma série de operações realizadas no campo de batalha, incluindo supostas baixas e equipamentos militares destruídos. Perto do final do comunicado, onde são listados os alvos afetados, aparece a seguinte mensagem:
"O inimigo perdeu até 475 soldados, um veículo blindado de transporte de pessoal M113, um veículo blindado de combate HMMWV de fabricação americana e cinco viaturas. Cinco peças de artilharia também foram destruídas, incluindo uma unidade de artilharia autopropulsada RCH 155 de 155 mm de fabricação alemã e um radar de contrabateria AN/TPQ-36 de origem americana."
Entrega simbólica
O Ministério Federal da Defesa da Alemanha (Bundesministerium der Verteidigung) anunciou em meados de janeiro que o primeiro RCH 155 havia sido entregue à Ucrânia. Essa unidade, no entanto, não se destinava ao campo de batalha. Pelo menos não por enquanto. A ideia era que permanecesse em solo alemão para que os soldados ucranianos pudessem ser treinados por vários meses.

Os primeiros seis dos 54 obuses RCH 155 encomendados à KNDS, fabricante franco-alemã, devem chegar antes do final do ano. Na verdade, a Ucrânia os receberia antes mesmo da própria Bundeswehr, o exército alemão. Isso levanta uma questão: se as entregas ainda não começaram, como é possível que a Rússia alegue ter destruído um no campo de batalha? Seria um erro, propaganda ou uma entrega antecipada?
Veículo avançado
Ainda cercado de incerteza e ceticismo em torno das declarações russas, o certo é que o RCH 155 se destaca como um sistema de artilharia de última geração. É um obus sobre rodas que combina mobilidade, precisão e alto grau de automação. Seu design permite operar com apenas dois tripulantes, atingir alvos a uma distância de 54 km e disparar em movimento.
A automação é um dos pilares do RCH 155. Seu sistema de carregamento totalmente autônomo promete reduzir a necessidade de pessoal e agilizar as operações, enquanto sua conectividade com redes avançadas permitirá que ele se integre sem esforço aos ecossistemas de combate digital. No entanto, não está isento de críticas: seu carregador suporta apenas 30 projéteis, o que implica recargas frequentes e pode comprometer seu desempenho.
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