Fabrício Mainenti
RedatorNa China, os carros elétricos não estão apenas vendendo como água; o setor de caminhões pesados também está passando por uma rápida transformação. Um relatório interessante da Associated Press reflete essa mudança de paradigma: em 2020, quase todos os caminhões novos na China eram movidos a diesel.
No primeiro semestre de 2025, os caminhões elétricos já representavam 22% das vendas de caminhões pesados novos, em comparação com 9,2% no mesmo período de 2024. E a tendência é de crescimento contínuo: analistas preveem que, até 2026, o diesel representará apenas 40% das vendas.
A China vai transformar ainda mais o cenário energético global
O país possui a segunda maior frota de caminhões a diesel do mundo — os EUA têm a maior — mas o cenário está mudando: a demanda por diesel e gasolina está diminuindo em um ritmo mais acelerado do que o esperado e, de fato, a Agência Internacional de Energia já alertou: deixamos a era do petróleo para trás e entramos na era da eletricidade.
Assim, os caminhões elétricos da China já estão reduzindo a demanda por petróleo no equivalente a mais de um milhão de barris por dia. E, de fato, o consumo de diesel na China, o segundo maior consumidor desse combustível depois dos EUA, caiu para 3,9 milhões de barris por dia em junho de 2024: a maior queda desde meados de 2021.
A empresa britânica de pesquisa BMI prevê que os caminhões elétricos representarão quase 46% das vendas de caminhões novos na China este ano e 60% no próximo. De fato, eles já estão superando as vendas dos modelos movidos a GNL. O motivo não é que os caminhões elétricos sejam mais baratos, mas sim que são mais econômicos quando se consideram as despesas associadas ao longo de sua vida útil (reparos, manutenção e combustível).
Embora o governo chinês esteja incentivando a compra desses veículos com subsídios de até US$ 19 mil (cerca de R$ 102,2 mil), a infraestrutura de recarga é outro grande incentivo: a CATL, maior fabricante de baterias do mundo, lançou um sistema de troca de baterias em maio e planeja uma rede nacional de estações de troca que cobrirá 150 mil quilômetros (dos 184 mil quilômetros de rodovias da China, segundo a AP).
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Imagens | CATL, Daimler, Chenglong
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