Nos jogos de apostas que envolvem dinheiro, sempre tem um espertinho tentando burlar as regras. Mas, desta vez, a trapaça ultrapassou todos os limites que se imagina. Na manhã da última quinta-feira (23/10), uma operação do FBI revelou um esquema que parecia saído de um roteiro de cinema: apostas esportivas ilegais, partidas de pôquer manipuladas e a participação de famílias mafiosas tradicionais.
Ao todo, 31 pessoas foram presas em 11 estados, entre elas membros das famílias Bonanno, Gambino e Genovese, ligadas à Máfia Italiana La Cosa Nostra, além de nomes da NBA, como o técnico do Portland Trail Blazers, Chauncey Billups, e o ex-jogador Damon Jones, conhecido como “Dee”. A investigação expôs como crime organizado vem se modernizando com o uso da tecnologia, em um dos maiores escândalos de jogos e fraudes da década.
Mais de 30 suspeitos presos em operação que revelou fraudes milionárias de pôquer nos EUA
A investigação envolvendo apostas esportivas ilegais começou há alguns meses e revelou informações surpreendentes, como a ligação entre famílias mafiosas americanas e italianas, como os Gambinos, os Genoveses e os Bonnanos, com esquemas de apostas esportivas e pôquer de alto nível.
“Conforme alegado, membros e associados de famílias do crime organizado manipulavam jogos de pôquer ilegais como parte de um esquema de fraude altamente sofisticado e lucrativo para enganar as vítimas em milhões de dólares e conspiravam com terceiros para perpetrar suas fraudes”, afirmou o procurador-geral dos Estados Unidos, Joseph Nocella.
As investigações mostraram que o grupo usava partidas falsas, informações privilegiadas e até jogos de pôquer secretos em cassinos ilegais. Quando as vítimas percebiam que haviam sido enganadas e se recusavam a pagar, o grupo recorria a intimidações, ameaças e violência, um comportamento clássico do crime organizado.
Entenda como funcionava o esquema de fraudes no pôquer
O pôquer é considerado o jogo de cartas mais popular do mundo e movimenta quantias enormes de dinheiro. Mas por trás das partidas milionárias envolvendo jogadores de NBA e membros da máfia, havia uma rede de trapaças muito bem estruturada. O grupo usava câmeras escondidas em luminárias, mesas equipadas com sensores de raio X e até óculos e lentes de contato desenvolvidos para identificar marcas invisíveis nas cartas dos adversários.
Essas tecnologias permitiram que os fraudadores previssem jogadas e manipulassem os resultados em tempo real. Em alguns casos, ex-jogadores e técnicos da NBA eram usados como “iscas” para atrair novos apostadores, garantindo credibilidade e disfarçando fraudes. O prejuízo às vítimas foi estimado em US$ 7 milhões.
O esquema também contava com máquinas de embaralhar adulteradas e sistemas que enviavam informações secretas a cúmplices sentados à mesa. A cada jogada, sinais discretos eram trocados entre os participantes para garantir que os resultados saíssem exatamente como o grupo queria.
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