Ferrari nunca colocará adesivos em seus supercarros: emblema em seus carros é especial e ela cobra isso como um extra

Os fabricantes de automóveis de luxo se diferenciam das montadoras generalistas pelo cuidado extremo com os detalhes e pela exclusividade. No caso da Ferrari, um dos elementos mais valorizados é o escudo que adorna as dianteiras de seus carros — um símbolo que vai muito além de um simples enfeite e que representa a essência artesanal e o prestígio da marca.

Esse escudo é o emblema que representa o nível de dedicação e perfeccionismo que a marca fundada por Enzo Ferrari imprime em cada um de seus modelos, justificando assim o alto preço de seus carros.

O escudo da Ferrari, conhecido como scudetto, não é apenas uma insígnia: é uma pequena obra de arte que exige um processo minucioso e totalmente manual. Por isso, em vez de usar uma placa ou adesivo, como fariam a maioria das marcas, a Ferrari pinta cada um à mão — o que, é claro, faz com que o valor final do carro aumente em alguns milhares de euros, já que se trata de um item opcional que deve ser adicionado na configuração do veículo.

Cada scudetto aerografado é único

O processo de personalização na Ferrari é tão detalhado que cada carro pode ser configurado ao extremo, permitindo aos clientes acessar uma lista quase interminável de opcionais. Na verdade, a personalização de superesportivos e carros de luxo se tornou um negócio tão lucrativo quanto a própria fabricação dos veículos.

O Scudetti Scuderia Ferrari é um dos mais emblemáticos e, embora seu preço varie conforme o modelo e o país, costuma ficar entre 1.000 e 2.000 euros (R$ 6.450 e R$ 12.900). Por exemplo, o colecionador Shmee150 contou em um vídeo sobre a personalização de sua Ferrari 296 GTS que o custo dos escudos foi de 1.325 euros (R$ 8.548). Em um fórum de ferraristas, um usuário publicou a foto do orçamento de personalização de uma Ferrari 458 Italia e a pintura dos escudos somava 1.183 euros (R$ 7.632).

Como a própria Ferrari mostrou em um vídeo publicado em seu perfil no X, a criação de cada escudo é um processo completamente artesanal que exige um alto grau de precisão e paciência. Cada um dos dois escudos colocados nos para-lamas dianteiros de uma Ferrari requer até oito horas de trabalho manual — o que significa um total de 16 horas dedicadas exclusivamente a esse detalhe em cada carro.

A marca de Maranello assegura que esse trabalho é realizado por artesãos especialistas do departamento de pintura da Ferrari, que aplicam várias camadas de tinta e submetem cada escudo a um rigoroso controle de qualidade antes que o carro saia da fábrica.

Em Xataka Brasil

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A Ferrari poderia optar por métodos mais rápidos e econômicos, mas, segundo Stefano Del Puglia, chefe do departamento de pintura em Maranello, essa decisão não se deve à falta de alternativas mecanizadas, mas à intenção de fazer com que cada Ferrari seja verdadeiramente único e aumentar o valor de cada veículo para seu proprietário.

“A solução mais simples teria sido usar adesivos, cobertos por uma camada de verniz transparente para mantê-los no lugar e protegê-los das intempéries. Mas a Ferrari não é conhecida por buscar o caminho fácil”, afirmou Del Puglia.

Segundo o site oficial da fabricante, “é uma abordagem artesanal adotada não por falta de alternativas mecanizadas; é um esforço deliberado, parte do que torna cada Ferrari única, algo que valoriza cada carro para seu dono”. De certa forma, garantem na Ferrari, “é como uma assinatura autêntica do seu criador”.

Imagem | Unsplash (Jash Kothari)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.